Poemas en portugués






Alfonso Hernández Torres, nació en España en la ciudad de Bailén (Jaén), estudió en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Granada y se licenció en Filología Hispánica, es diplomado en estudios avanzados por el programa de doctorado Estudios Superiores de Filología Española de la misma universidad, después realizó un máster en la Universidad de Alcalá y actualmente continúa con su tesis doctoral.

Por motivos profesionales ha vivido en países como Portugal, República Checa, Hungría y actualmente vive en Brasil, ha sido profesor universitario en varias universidades europeas y actualmente es profesor del Instituto Cervantes de Brasilia. Desde su infancia escribía poesía, sus primeras publicaciones las hizo en revistas locales de su ciudad natal. Durante su época universitaria continuaba moviéndose en círculos literarios y en 1998 vivió en Coimbra (Portugal) donde perteneció al taller de poesía que dirige Graça Capinha, participó en el III Encuentro Internacional de Poetas organizado por la Universidad de Coimbra y desde aquel año colabora con la Revista da Oficina de Poesía de la Universidad de Coimbra. Con un grupo de poetas que se reunían todos los jueves en el Café Santa Cruz de la ciudad lusa publicó un libro que ellos mismos tradujeron al portugués con sus poemas titulado Marionetas na chuva.





MARIONETAS NA CHUVA

CHAMAS
Arte são os versos,
cabelos dourados de água
que caem despidos sobre a frágua,
onde a luz permanece.
Força é a arte que nasce
das mãos dum homem
que esbanja o seu sábio costume
de escrever versos e dar força á sua chama.
A chama que bem dentro de nós trazemos
e que sem duvidar acendemos
para dar uma resposta á vida.
Deixando a nossa alegria desenhada
no papel insípido e neutro
com cheiro a rosa perfumada.


RELÓGIO DA LUA
No rio de folhas secas
navegavam os papéis
que adquiriam uma cor sépia
ao respirar outro ar.
Aromas diferentes
que me envolviam
e afogavam
com novos ritmos.
Falo de mim
como a pessoa que conheci
e com a que tenho vivido
até agora.
Deixo caer a tinta
sobre outra folha
depois de muitos anos
e vejo que tudo continua igual.


DIÁLOGO COM O MAR
Mar de correntes
que observas
esta torre fria
de pedra enegrecida.
Não deixes que o tempo
apague as minhas pegadas!.
Toma esta estrela
e deposita-a na areia
que é feita de cristal.
Despeço-me de ti,
mar inquieto.
Despeço-me de todas as tuas gotas.
Deixa-me partir,
até que a água clara
alcance o meu olhar,
e o humedeça
com a memória de ver-te
e a tristyeza de deixar-te.


CORREIO
Queríamos falar contigo
mas ninguém savia
onde estavam as tuas últimas palavras.
Onde estás?
há muito tempo que não te vejo!
-Será que falas de mim-
Não sei de quem falo,
só sei que a tua ausência
me faz pensar em ti
e algumas vezes
choro,
quando vejo
que não tens
nem folhas nem cartas,
nem sensações nem pensamentos.


ATÉ OUTRO DIA
Estou invadido
de paisagens oscuras,
dás-me a mão
entre a sombra
e a luz liga-se a ti
para te deixar no sonho
dos dias de chuva e frio.
Entre vendavais desesperados
trasbordam
os gritos mudos
de estátuas de mármore,
que cobrião a sua esperança
de flores de água
e de cores brancas
para passear em silêncio
entre os álamos
e deixar a vida,
para transformar tudo
em cinza, paz e pranto.

Comentarios

Entradas populares